Desate o nó
num desatino; um desafio.

By Diego Paulino







Sei de cor seus comentários

sobre o mal da alienação,

mas eu não vivo de salário

eu não vivo de ilusão!

    - - - - Tensão.
    - - - - Sim, essa seria a palavra que descreveria fielmente a sensação que, como a gravidade, comprimia cada mutante - ou humano - ali presente. A dúvida, o medo, a tentação: cada um desses adjetivos estava estampado no rosto de cada aluno do Instituto Xavier Para Estudos Avançados naquela noite.

    - - - - Porém Thomas Capone Lehnsherr era uma excessão, em vez de um misto de angústia, o que tomava conta de seu ser era a adrenalina, e , paradoxalmente, o tédio: a adrenalina provinha da sensação que precede a luta, a batalha, a ação. E o tédio era um mal que acompanha Capone desde sempre.

    - - - - O rapaz estava posicionado ao lado de Copy, a garota loura subordinada de Cataclisma. Ela ria débil, descontralada, e insanamente ao lado de Thom e Serena, a pirocinética. Estava claro que Toyota se divertia com o Caos que reinava na mansão. Carmesim encarava o rosto de cada pessoa ali presente, tão tolos, tão alienados, tão manipulados por Legião e Lady Mental, talvez até controlados mentalmente por eles... Não! Eles eram patéticos por natureza mesmo, não eram controlados por ninguém, eram patéticos por seus próprios méritos. Eram fracos por natureza, dignos de pena por natureza...

    - - - - Uma tragada no cigarro, um rapaz pula do segundo andar. Mais um querendo dar uma de herói? Outra tragada, o rapaz corre em sua direção. Mais uma tragada, o rapaz está mais perto, dá para ver suas feições: Thomas não o reconhece, Deve ser algum humano, não oferece perigo... Um estrondo, nos jardins: a batalha lá fora, entre Phebo e Ewan estava, com certeza, à todo vapor. Sua atenção foi desviada.
    Um Grito:
    - Explode isso!

    - - - - Outro estrondo, mas este último não fora nos jardins, não fora tão longe, ao contrário, fora perto demais... E veio acompanhado de uma dor inenárravel. Uma dor paralisante. a pior sensação física que talvez um homem seja capaz de sentir: uma pancada no saco.

    - - - - O rapaz foi pego de surpresa, ficou atordoado, não conseguia raciocinar. Alguém havia chutado seus bagos. Chutado? Alguém havia dado uma marretada em seu saco, era a única explicação pra tamanha dor. Cedeu no chão, e se encolheu, em posição fetal, para tentar, inutilmente, aliviar a dor. O Filho-da-Puta que fizera aquilo com ele se arrependeria do dia em que nascera. Thomas não iria apenas chutar seu escroto; ele o explodiria e jogaria os restos aos ratos do esgoto. Ah, Jogaria!

    - - - - Mas a sorte não estava do lado do bioenergizador; seu agressor era sádico, era estranho, era louco. Sentiu alguém afagar-lhe os cabelos, mas não com carinho, e sim com ódio. Esse mesmo alguém era o garoto que pulara da escada. Thomas o reconheceu pelos tênis. O garoto foi arrastado, sentia que o filho-da-puta que chutou-lhe o
    saco estava com raiva. Fora arrastado para fora da mansão, em um gramado perto do que um dia foi a porta principal.


    - - - - Carmesim começou a recobrar suas forças, seu raciocínio voltou, e notou que o desgraçado estava confiante demais. Thomas, com destreza, agarrou-lhe pela manga do casaco. Segurou com as duas mãos. Antes de triturar o saco do ordinário o faria sofrer!

    - - - - Energizou o casaco pela manga. Aquele infeliz explodiria ali mesmo. Entretanto, o cara que o arrastava não era tão patético como imaginara: o brilho da energização denunciou a intenção do mutante. Edward, de maneira brusca, empurrou a cabeça de Thomas para livrar-se. Mas aquilo não adiantaria, a explosão ocorreria, a roupa já estava energizada. Thomas levantou-se para aprecisar sua obra de arte. Madness tentava tirar o casaco energizado, mas estava se atrapalhando com a pressa; conseguira arrancar só uma manga, no entanto, a outra...

    - BOOM! -Disse no momento da explosão. O ordinário que o arrastara até ali levou a pior. Caiu. Rolou. Fodeu-se. Rolou mais. O impacto foi grande. Capone riu, aquele cara não tinha noção do que o esperava. O explodiria, partícula por partícula, marcaria sua pele, seu rosto, mostraria o que é ser realmente sádico. Era hora do baralho entrar em ação.

    - Hey, bastardo! -O chamou - O que foi? Cadê todo aquele seu vigor, seu filho de uma puta! Uma explosãozinha já te nocauteou, é? -Pôs a mão no bolso esquerdo da calça, pegou seu baralho. Sua munição - A diversão acabou de começar! Vamos ver, a primeira carta é..- puxou uma carta do baralho - o Coringa! Minha predileta! - Energizou a carta de maneira que essa explodisse somente com o impacto. A lançou em cima de Edward, acertou em cheio. - Por quê a surpresa? Nunca viu uma dessas belezinhas, seu ordinário?

    - - - - Grylls rolou mais uma vez. Cara, ele só rola?! Duas vezes. Cuspira um pouco de sangue. Um pouco do sangue que Carmesim o faria cuspir, gota à gota. Thom arremessou mais uma carta, essa ele errou. Madness se desviara. Desperdíçio.

    - - - - Irritou-se. Não gostava de errar. Pegou mais cinco cartas, as energizou e arremessou todas, uma à uma, como quem arremessa dardos em um alvo, o alvo, no caso, era o baitola que chutara seus bagos.-- BOOM! BOOM! BOOM! HAHAHA, 'tá gostando do tiro ao alvo, dude?! - Disse, sátiro, sádico e irônico -
    E aviso-lhe que de onde vieram essas belezinhas tem mais, muito mais. Uma barulho inteiro, para ser preciso, seu babaca! - Aremessou mais três cartas. Obteve sucesso somente com uma, Edward era ágil... Ágil até demais. Gryllis desviou-se das cartas-bombas e investiu contra Lehnsherr. O joelho se preparando, talvez para mais um chute...

    - O velho truque do chute não, imbecil! - Guardou o baralho no bolso a tempo de desviar-se e dar um bom soco na cara do agressor. Mas Madness não era tão fraco como aparentava, recuperou-se da pancada e agarrou Capone num arranque. Derrubando os dois. Rolaram no chão, trocando socos. Thommy estava em desvantagem, Edward estava por cima e o cara era forte, não seria fácil sair dali.

    - - - - Conseguiu liberar seu braço direito, apalpou suas calças. Sentiu três objestos redondos em sua pele: suas boletas de vidro. Seria uma desperdício usá-las ali, mas era preciso. Num impulso Thomas trocou de posição com o louco, agora ele estava por cima, fechou a mão em volta da bola e a energizou. Ela explodiria ali. - Hey, fedorento... - Cochichou no ouvido do adversário enquanto o imobilizava-... eu não gosto de usar isso em combates, mas você merece....-alojou a boleta, entre a camiseta e a pele do peito de Edward.

    - - - - Uma explosão fabulosa! Mas não mortal. Thomas queria fazê-lo sofrer, e não matar.
    - - - - Obeservou a explosão de cima, já que levantara antes da boleta explodir. A raiva reinava em seu ser, faria aquele desgraçado sentir o triplo de dor que sentira em seus bagos.
    - Ué, não vai levantantar-se?- disse, desenhoso- Eu ainda tenho um baralho inteiro pra gastar com você, idiota! Mas me responda: Quem és tu, óh valente adversário?-disse, brincalhão, fazendo uma reverência, como um cavaleiro . Afinal, aquela dúvida tomava conta de seu cérebro: quem era aquele cara, aquele rosto desconhecido? Os movimentos eram familiares, mas, mesmo assim, ainda era uma incógnita - ...Preciso de um nome para botar na sua lápide, dude!

    - - - - A Chuva aumentara. Obra de cataclisma. Cada gota caía com uma força tremenda. Cada gota encharcava os adversários. Porém a chuva não atrapalhava Lehnsherr, ao contrário, o revigorava. Sentia que sua energia, cinética ou não, explodiria cada molécula daquele desgraçado desconhecido. Sentia a adrenalina inundando seu cérebro, correndo veloz em sangue.

    - - - - Uma ideia ocrreu-lhe: não explodiria mais os bagos do desconhecido: cortaria. E o faria comer, o faria engoloir seu próprio maldito, ordinário, desgraçado e fétido bago
 

By Diego Paulino
It's been a long time coming
Such a long long time
And I can't stop running


Depois que me mudei pra Sidney, para viver e conviver com 'seres' como eu, tive muito tempo sozinha. Falar era algo raro, às vezes creio que esqueci o som de minha própria voz. Não fazia diferença emitir qualquer nota por minhas pregas vocais; eu somente pensava e refletia...Refletia sobre o passado e não sobre o futuro - minha vida humana fora no passado. Recordava-me de Louise...se aquilo não tivesse acontecido, se eu não a tivesse tocado, ela já estaria com 11 anos?! Pobre Louise.
Por quê a manifestação forte teve de ocorrer com Louise, com um bebê, com minha irmã?! E eu digo forte, pois, depois de muito reletir sobre minha vida acho que já tive manifestações mutantes mais fracas, mas eu nunca tinha as considerado.

Lembro de uma vez, num dia de verão, estava quente, demais pro meu gosto. Eu devia ter uns 14, 15 anos, não mais que isso. E uns amigos vieram em casa, pra nadar na piscina; eu os tinha convidado. Gostava de ter os amigos por perto. Afinal, eu nunca tinha feito parte de um grupo de amigos, sabe, daqueles que lembram de você quando marcam algo? Então, pela primeira vez meu grupo era assim. Éramos em 3 meninas e 4 garotos, tinhamos mais ou menos a mesma idade e a mesma condição sócio-econômica, os nomes não são importantes. A não ser o de King, James King. Ele era o garoto mais bonito dos quais conhecia, e eu tinha uma queda por ele, acho que ele sentia alguma atração por mim também, ele era mais experiente, eu acho, talvez tivesse segundas intenções... Mas nunca tinha acontecido nada entre nós até aquele dia. Éramos amigos, acima de tudo...
Depois do lanche, fomos para a piscina e ,quando o sol estava brilhando mais forte do que nunca, isso é, umas 2 da tarde, todos estavam na piscina, brincando, exceto eu e Jimmy. Ficamos conversando na beira, com apenas os pés na água. Ele era inteligente e tinha um humor incrível - essas caracteristicas sempre andam juntas, na minha opinião - e me fazia rir como uma criança boba num circo. Como em todo bom diálogo, chega uma momento que o assunto morre, se esconde, e as únicas coisas que ouvimos são a respiração um do outro...Nesse recesso de palavras, King pegou em minha mão, que estava distraidamente apoiada no chão.
Eu me arrepiei de surpresa. E com um súbito formigamento em minha mão.
Ele, de frio. E tirou imediatamente a mão da minha.

- O que foi, Jimmy?
- Não, nada... Esquece - e repôs a mão sobre a minha.
- Pode falar, o que aconteceu? - insisti
- Não, nada...É, que quando eu te toquei, minha mão ficou gelada...
- Como?!
- É, é estranho, segurei sua mão e ela ficou gelada, tive a impressão que o calor escorria por meus dedos...
- Você tá me chamando de estranha?! - fiz uma cara de ultraje. E tirei minha mão de perto da dele
- Não, Aimée, não é nada isso, é que...
- É que o quê?!
- É gostosa, a sensação, entende?Ainda mais nesse calor, ha-ha.
Não consegui responder, fiquei feliz e assutada, eu havia causado prazer em um garoto, mesmo não tendo sido eu, devia ter sido algum fenômeno de física, choque térmico, não sei.
- Gostoso? - Repus a mão sobre sua
- Sim... - e ele passou os braços por cima de meus ombros.Senti outro formigamento, agora na altura do pescoço.
E finalmente nos beijamos.

Eu nunca disse nada sobre o formigamento em minha mão, não achei necessário. As sensações dos momentos em que ficamos em contato físico fizeram-me esquecer de tal bobagem. A única coisa que ainda mexia um pouco com minha mente é que ele disse que, esporadicamente, quando me tocava, ainda sentia a mesma sensação de drenagem de calor; nunca levamos isso muito à sério.

Mas hoje, madura e sabendo da minha condição de mutante. Creio que aquela foi uma pequena manifestação do Gene X.
Fico feliz por isso, fiquei grata por ter chegado a essa conclusão. Agora sei que meu primeiro feito como mutante não foi matar um bebê.Meu primeiro feito em minha nova condição não foi me transformar em uma assassina. Meu primeiro feito como mutante não foi a desestruturação de minha família.

E isso faz uma grande diferença em como eu encaro o mundo mutante: Não como um mundo assassino, mas, sim, um mundo novo, que pode fazê-lo sofrer, mas pode causar-lhe algum prazer.
Humanos são tolos em achar que somos diferentes, já que pertencemos a mundos tão semelhantes e interligados.
Somos galhos de uma mesma árvore.
 

By Diego Paulino
"Um herói em épocas violentas vira um assassino em série num mundo pacifíco."
Liza Hawkeye

Adaptado de Fullmetal Alchemist, Volume 16, Capítulo 62: 'Além do Sonho'
 

Aquele que não sabe a própria língua

By Diego Paulino
Eu vejo, ouço, sinto, falo. Mas não me comunico.
Sinto a vontade de escrever, sinto a necessidade.
Os pensamentos...As ideias se condensam em minha mente, tormam a forma de palavras intelegíveis...Mas, no momento de descerem como um rio de água quente por meu braço e desaguar por meus dedos, transformando em realidade o imaginário, o fluxo encontra uma barreira instransponível. Trava. Não passa. Sinto formigamento incessante, meus dedos coçam pra escrever, mas não conseguem.
Angústia.
Sim, essa é a palavra que descreve o sentimento em que sou envolto quando não consigo me comunicar da maneira que quero. É horrível ser incapaz de comunicar-se. Me sinto como um brasileiro que, por algum motivo, esqueceu como se fala português.
 

EU SEI

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... que pelo menos tentei. Cheguei ao meu limite.



"E se eu for o prmeiro a prever e poder desistir do que for dar errado?
Ah, olha, se não sou eu, quem mais vai decidir o que é bom pra mim?
Dispenso a previsão...

Ah, se o que sou, é também o que eu escolhi ser...
Aceito a condição.

Vou levando assim, que o acaso é amigo do coração, quando falo comigo
Quando sei ouvir..."
 

The hardest part

Category: , By Diego Paulino
Quando você mora fora, numa cidade estranha e saiu de casa pra estudar e ir atrás dum sonho , é difícil.
Mas quando você volta para sua cidade, revê seus amigos e família, e sabe que tem de abandoná-los outra vez, é mais difícil ainda.
Toda satisfação e felicidade da chegada transformam-se em angústia, lágrimas e saudade antecipada na saída.
 

Adultério

By Diego Paulino
Com aquele cheiro entorpecente
com seus fartos seios
e seu jeito de serpente.
ela me pegou em anseio

Sussurrando palavras bobas
seduzindo-me de maneira singular
fiquei perdido, zonzo; à toa
parte de mim queria fugir; outra, beijar.

Não sei se era boa ou ruim
Aquela dúvida estranha:
Mergulhar no prazer sem fim?
ou me desviar da façanha?

Aquela mulher me endoidecia
eu era fraco e nem um pouco sagaz...
Fui vítima de sua supremacia
Era certo: da fuga não era capaz.

PS- Primeiro 'poema' que escrevo, e o que vale é a intenção, haha
 

Sangue e suor

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E então ele começou a correr.
Não ousava olhar para trás.
Apenas Corria.
Ofegava.
Tropeçava.
Caía.
Seu corpo não aguentava mais, estava a ponto de entrar em colapso. Sua garganta ardia e sangrava, aquele sabor de ferrugem penetrava em sua língua, em sua têmpora o suor escorria...
Mas ele não poderia parar de correr.
Mesmo com todos aqueles vultos sinistros no caminho, mesmo com aquilo em seu encalço, ele não poderia parar jamais.
Respirou fundo; tirou forças de sua vontade de vencer e aumentou ainda mais a corrida.
Nem aquelas pedras no caminho derrubar-lhe-iam. A vontade de chegar ao final do caminho era gigantesca, a vontade de chegar ao lugar que a placa no inicio da estrada indicava era inenárravel.

Ele alcançaria seu futuro, veria que os vultos nada mais eram que angústias bobas, e deixaria o medo para trás. Venceria
 

Sobre a proposta do Blog.

Category: By Diego Paulino
Esse é o meu segundo Blog, o primeiro que criei, o Várias Variáveis, era um blog conjunto e não deu certo.

Então resolvi criar o Desate o Nó ( que teve seu nome tirado da música ando só, dos Engenheiros) o criei com a intenção de ser uma espécie de vitrine para minhas crônicas e meus contos.
No começo foi assim, mas é quase impossível você não escrever sobre você mesmo. Eu não queria tranformar o blog numa espécie de Diário, nunca gostei disso, e acho que ninguém leria algo do meu cotidiano que não fosse suficientemente interessante para ser contado.
Mas eu estou satisfeito com minha página. Tenho cuidado dela e sempre que posso - e tenho a bendita inspiração- posto algo. Não tenho uma frequência, acho que sou até meio relapso com isso.
E tenho certeza que isso vai piorar, porque vou mudar para outra cidade e começarei a faculdade, e isso vai ser pauleira.

Também estou com 2 projetos: A Mácula: que conta a história de Veronika Anne Vertov: é um romance policial com toques sobrenaturais e/ou paranormais. Não posso dar mais detalhes que nem mesmo eu sei onde tudo vai parar, é tudo meio nebuloso no meu cérebro
E tenho também o Inferno Astral - é uma historieta de 10 capítulos que evoluiu de uma redação no final do meu Segundo Ensino Médio, tem uma linguagem, digamos, meio que infantil e deve ter uns errinhos de português- afinal, naquela época eu não sabia usar vírgula direito.

Confesso que fiquei surpreso comigo mesmo, em relação a como o blog evoluiu, sempre com visitantes e pessoas elogiando meus textos - mesmo eu os achando, às vezes, nem tão bons assim. Essa página serve como uma espécie de válvula de escape, uma saída de emergência, quando escrevo fico aliviado. Claro que eu converso com meus amigos, eu sei que tenho com quem conversar e isso é gratificante, me orgulho de ter os amigos que tenho - e esse é um dos itens com mais peso na lista de contras de ir embora da cidade...Mas esse não é o foco do post, haha.

Enfim, eu vou tentar ao máximo ficar presente aqui no Desate o Nó e tentarei levar os projetos dos contos pra frente ( mesmo com o inferno astral que está terminado, ainda existem muitos ganchos para histórias paralelas)

E uma última coisa, eu estabeli uma 'meta': até o final da semana eu posto algo com todas as minhas expectativas para a faculdade e minha nova vida. E, no final de semana da semana do dia 3, eu tentarei postar algo com a impressões-pós-primeira-semana-de-aula. É mais um projeto, um objetivo, uma meta. Simples assim. Gosto de metas, parece que assim eu evoluo.

É isso.
 

Irracional

Category: , , By Diego Paulino
Eu sei que é pro meu bem. Eu sei que será melhor pra mim. Eu sei de tudo isso.
Mas mesmo assim ainda tenho aquele buraco no peito, aquela dor inenarrável que crava, que se enterra no chão dessa cidade do interior de Sao Paulo, e repete, como um eco 'não vá'.
Eu sei que tenho que me desapegar, eu sei que é isso que eu quero.
Mas o buraco, os ganchos, a (sub) consciência tem medo. Sinto medo. Medo de perder, de errar, de largar tudo pra trás. Medo de perder tudo...E todos.
Tenho a sensação de que sou um animal lutando contra os seus próprios instintos. É horrível, é ruim sentir isso...É angustiante.

"It's just another day, nothing in my way
I don't wanna go, i don't wanna stay
So there's nothing left to say?"
 

Estrelas

Category: , , By Diego Paulino
- Você consegue ver isso, Rocco?
- O quê? - eu perguntei, olhando para onde ela apontava com os dedos.
- Essa imensidão, Rocco!
- Você fumou algo hoje, Lou?- eu disse, eu tom de ironia, por que sabia que ela não fumava nada.
Estávamos lá, deitados no gramado de uma colina desde a tardezinha, e agora as estrelas começavam a apontar no firmamento, as olhavamos, simplesmente olhavamos, gostávamos de ficar ali ouvindo a respiração um do outro, aquilo me acalmava. Ouvi-la respirar; respira...expira...inspira...ah...
- Claro que não fumei, você sabe que não gosto dessas coisas!Mas, Rocco, olhe para tudo isso, para essas estrelas! - ela sentou-se no gramado - olhe, somos tão pequenos, tão insignificantes em relação a tudo isso!
- Realmente, Louise - eu me sentei também - Somos insetos em relação a essa magnitude - aprendi essa palavra hoje - Somos tão pequenos, tão, tão microscópicos!
- Pois é, Rocco...
- Sabe, Lou, eu acho que nós, humanos, não devíamos estar nesse mundo.
- Porquê?
- Nós detruímos tudo, desde que descobrimos a pólvora só sabemos guerrear,só sabemos atear fogo em qualquer coisa que achamos que é inflamável. Nós queremos tudo, somos seres movidos pela ganância - Com a mão direita, fiz um gesto, como se estivesse com a Lua na palma de minha mão.
- ...
- Isso me revolta! Às vezes sinto ojeriza, por ser humano!
- Calma, Rocco, lembra-se do assunto principal, as estrelas?!
- O ser humano é uma experiência, que, definitivamente, não deu certo.
- Rô...
- O que foi, Louise? - Disse rispidamente, pois ainda estava sobe o efeito da raiva repentina
- Eu te amo. Tanto! - sussurou
- Idem...
- Look at the stars, look how they shine for you, and everything you do!Yeah, they were all yellow! - Ela começou a cantarolar, levantou-se de vez e estendeu os braços, como se quisesse ser levada pela brisa
- Louise...- eu me levantei - você e suas músicas - eu disse, calmo, ignorando seu inglês.
- Shiiu- ela se aproximou e pôs o dedo indicador em meus labios, duma forma carinhosa.

Daquele momento em diante iríamos falar outra língua, a dos amantes.

"Your skin
Oh yeah, your skin and bones,
Turn into something beautiful,
Do you know?
You know I love you so,
You know I love you so!
(...)
It's true, look how they shine for you..."



Ps- estava com saudade de escrever contos, ou crônicas. Enfim!
 

Crer ou não crer? Eis a questão.

Category: , , By Diego Paulino
Deus, Destino e Livre-arbítrio: três palavras impossíveis de serem usadas numa mesma frase sem causar contradições.

Pra começar, as pessoas recorrem a Deus por qualquer coisa, e, quando não recorrem pro Chefão-mor do Céu, vão para seus subordinados: os santos. Tem santo pra tudo quanto é coisa: causas perdidas, casamento, dinhero, doença, mega-sena, computador quebrado, gripe do cachorro, etc.
Mas se paramos pra pensar no porquê disso, entramos em um labirinto:

Se uma pessoa reza pra Deus pra curar a enfermidade de alguém, incoscientemente esta pessoa crê que Deus tem uma pontinha de culpa na doença em questão, que Deus escolheu aquela pessoa pra ficar doente, não é?Falando assim, pode soar meio estranho, e , talvez, forte, mas é a pura verdade. E não sou quem diz, isso é filosofia.

Segundo: Se Deus pode mandar e desmandar quando eu fico doente ou não, quer dizer que eu não tenho livre-arbítrio, pois, pelo que eu saiba, livre-arbítrio é eu fazer o que eu bem entender de minha vida. Mas então, pelos padrões do Deus-mandão eu vou ficar doente por que não fui um garoto bom, e não por que eu não lavei bem as mãos antes de comer.

Terceiro: Destino. Não gosto de acreditar em destino,prefiro não acreditar em destino; pois sou a favor do livre-arbítrio, não creio que alguém nasça pré-disposto a algo. Não creio que haja uma força que nos guie para os caminhos errados ou certos. Acredito, sim, que cada um tem o poder de escolha; de tornar a sua vida no que bem entender. Deus não interfere na vida dos humanos, não somos como um jogo gigante de xadrez onde ele mexe as peças de maneira que Ele bem entende. É mais como um filme, onde tudo acontece sem ninguém interferir.
Em suma, o destino é a grande desculpa da humanidade; quando dá algo errado em nossas vida é muito mais cômodo falar: 'não era pra ser meu.' 'Deus quis assim.' 'Vai chegar minha hora.' À assumir que você é humano e é errante. Errou? Levante e Ande. 'Temos duas pernas pra poder seguir em frente'

Lendo isso, talvez dê a impressão que eu seja ateu. Na verdade, eu não sei o que sou, não sei se acredito ou não.
Como a maioria dos habitantes do maior país católico do mundo, eu era dessa religião. Mas, depois de começar a estudar história e ver as atrocidades da igreja no passado, me desliguei dela.
Depois disso já me intitulei agnóstico, mas, hoje, não mais. Prefiro dizer que não sei.
Dentre todas idéias de divindades, a que mais me agrada faz parte dos conceitos orientais, aqueles que dizem que Deus ou O mundo ou O universo ou A verdade ou Tudo ou Nada ou O cosmos é uma coisa só: Tudo está intrelaçado duma forma tão complicada que é invisível à olho nu. Eu sou Deus, Deus sou eu, as pessoas são seus próprios deuses. Eu sou essas letras digitadas, eu sou cada ponto, cada acento, cada vírgula que digo. Eu sou tudo ou nada. O Tudo é uma coisa só, não há divisão. E o mais incrível disso, é que estamos inclusos nesse fluxo de magnitude inenárravel, fazemos parte disso, somos isso.
Tampouco, não existe um ser onipotente, onisciente e onipresente que controla nossas vidas como num jogo.(lembram-se do Xadrez?)Se fosse assim, Deus seria o cara mais egoísta que jamais conheci e o mundo seria um lugar equilibrado, previsível e chato. Se fosse assim, guerras não existiriam, não existiria fome, catastrófes e desigualdades no mundo; Mas o mundo não é assim, ele é torto! Por isso que é emocionante e radical. A vida é um esporte radical, dos mais perigosos, por sinal...

O Post já ficou grande demais pro meu gosto, e eu ainda continuo com a sensação de que esqueci de algo, talvez retome esse assunto mais pra frente.... Ou Não.
Enfim, é sempre bom lembrar que não estamos presos a religiões, padrões e paradigmas como a Terra está presa à sua órbita ao redor do Sol. Somos seres pensantes, é sempre bom ter seu ponto de vista. Somos humanos logo questionamos. Não se reprima: pergunte, questione, critique. Faz Bem.

playList: The killers, Engenheiros, Los Hermanos e Velhas Virgens.
 

Definições

Category: By Diego Paulino
;ana diz:
eu percebi isso...
que vc é bem fechado, em relação a isso
não tem muito de história de rolo
eu acho vc muito centrado
vc é bem objtivo
resolvido
claro
seguro
acho que além de crítico, vc é seguro e auto suficiente
' diegopaulino diz:
nossa. quantas definições
mas seguro e autossuficciente, em que sentido? não entendi direito
;ana diz:
tipo
tem muita gente que precisa de alguém pra se apoiar
pra se achar alguém
vc não...
é como se vc se conhecesse bem o suficiente pra ser maduro, em relação a sentimentos e relacionamentos
(...)
;ana diz:
é por que eu queria ser alguém inesquecivel
alguém diferente
' diegopaulino diz:
alguem que deixa uma marca nas pessoas ...
' diegopaulino diz:
eu acho que devo fazer isso incoscientimente tb, como meu amigo raul diz : 'ê diegão, pqp, é até ruim sair junto com vc, vc conhece muita gente, pô! e as pessoas que te vem fazem questão de vir te cumprimentar, abraçar e tal. não é um 'tchauzinho' de longe'
acho que sou querido,
e eu gosto disso
é minha forma de marcar as pessoas
;ana diz :
vc é uma pessoa incrível, diego
realmente


(...)
 

Criticando

Category: , , By Diego Paulino
Se na ditadura o Brasil passou por um de seus períodos mais sombrios, onde pessoas simplesmente sumiam nos porões do governo opressivo, e familiares, amigos, desconhecidos ou mesmo rebeldes sem-causa clamavam pela anistia, pelo perdão daqueles que defenderam seu ponto de vista, que não se influenciaram com idéias alheias, que foram da chamada “contracultura”; hoje passamos pela ditadura econômica que as superpotências nos impõem.
Somos totalmente dependentes dos ditos países de primeiro mundo, de seu capital – se uma borboleta bate as asas de uma maneira diferente lá, no “mundo desenvolvido”, aqui, no “submundo”, pode-se até gerar um furacão. Chega a ser ridículo.
Há também quem diga que é impossível se livrar dessa situação. Onde manda quem pode; obedece quem tem juízo. Enfim, sem delongas, entre o Brasil de ontem – de censuras, exílio, torturas – e o de hoje – dos paraísos fiscais, metróploes e desigualdades sociais – prefiro o Brasil do amanhã, o que está por vir, que nem maneira de nomeá-lo há, pois o que eu desejo ainda não tem nome – só para citar Lispector.

 

Fruto de uma conversa

Category: , By Diego Paulino
É, as pessoas mudam.
Hoje você é é algo diferente do que era ontem.
mas você sabe se será algo amanhã diferente do que é hoje.?
Aí que está o grande divisor de pessoas:
Há aquelas que mudam, evoluem.
E há aquelas que ficam estacadas.

Não existe esse negócio de passado, presente e futuro. Ou melhor, até existe, mas não é algo dividido, como setores de uma linha de produção: é uma reta. Uma linha de evolução, crescimento, ou seja lá o que for. Mas o foco não é a divisão do tempo, mas, sim que sou hoje algo melhor que ontem, mas nada, NADA, garante-me que serei algo melhor amanhã. Só resta-me a vontade de querer melhorar sem a certeza de conseguir.Mas vou me esforçando...Não quero aumentar o grupo das pessoas em forma de estacas. Paradas.Mortas.
 

De Ontem em diante

Category: , By Diego Paulino
De ontem em diante serei o que sou no instante agora
Onde ontem, hoje e amanhã são a mesma coisa
Sem a idéia ilusória de que o dia, a noite e a madrugada
são coisas distintas.
Separadas pelo canto de um galo velho
Eu apóstolo contigo que não sabes do evangelho
do versículo e da profecia
Quem surgiu primeiro? O antes, o outrora, a noite ou o dia?
Minha vida inteira é meu dia inteiro
Meus dilúvios imaginários ainda faço no chuveiro!
Minha mochila de lanches?
É minha marmita requentada em banho Maria!
Minha mamadeira de leite em pó
É cerveja gelada na padaria
Meu banho no tanque?
É lavar carro com mangueira
E se antes, um pedaço de maçã
Hoje quero a fruta inteira
E da fruta tiro a polpa... da puta tiro a roupa
Da luta não me retiro
Me atiro do alto e que me atirem no peito
Da luta não me retiro...
Todo dia de manhã é nostalgia das besteiras que fizemos ontem

( O teatro Mágico)
 

Por favor, uma vida nova e R$ 0,30 em chicletes.

Category: By Diego Paulino
E não é que recebi meu pedido?!

Dia 2 de Julho volto mais uma vez à São Paulo, será quarta em menos de um mês, para, enfim, efetuar minha matricula no curso de Jornalismo!
Eu consegui bolsa integral pelo Prouni (uma das únicas coisas boas do Governo Lula) e, se tudo correr bem, na pior das previsões em agosto to morando em São Paulo.
Vou com a cara e com a coragem, sair de uma cidade do interior do estado com pouco mais de 80 mil habitantes e me aventurar na maior cidade do país.
O medo de deixar família e amigos claro que existe, mas, por enquanto tratarei de alojá-lo num canto bem remoto de meu cérebro e me dedicar ao máximo.Vou com vontade, pensando positivo para que tudo dê certo, que eu consiga me graduar em jornalismo e ser bem-sucedido no ramo.
Mas é isso, chegou a hora de andar com as minhas próprias pernas.
Riscar a palavra medo do vocabulário.
Afinal, quem não arrisca, não petisca.
 

Fluxo de indiferença.

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É estranho como o ser humano não é mais humano.
As pessoas se distanciaram uma das outras, de tal maneira que parece que vivemos em um mundo onde cada um é de uma espécie diferente e indiferente.
Quando chegamos em algum lugar novo, estranho; nos camuflamos, vestimos uma máscara, é uma forma de autodefesa: se você está com um sorriso no rosto, ele é tirado; se está andando calmamente, apressa o passo. Age como a multidão, somos levados pelo fluxo. Tudo para ficar igual aos outros, e ninguém notar que você é um estranho no ninho.
As pessoas trombam, se esbarram e nem se dão conta!
Todos tocam-se mas não sentem-se.
Todos olham-se mas não enxergam-se.
Todos estão vivos, mas não vivem.
Todos estão ali, indo de um lado para o outro como formigas frenéticas...

É incrível como de seres humanos passamos a insetos.
 

Inconformismo

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Diferente dos textos que escrevo, hoje vou desabafar. Cuspir todo inconformismo, repugnância, ojeriza e sinônimos que tenho com a prefeitura de minha cidade.
Pra começar, a prefeitura da Ilustríssima Cidade de Leme, Interior de São Paulo, tem um lindo projeto pra inglês ver, no qual eles fecham convênio com alguma escola que oferece cursinho pré-vestibular e dão 100 bolsas para alunos que passarem num concurso.
Eu fiz essa prova, passei. Aliás, nem tinha como não passar, a prova era ridícula. A avaliação tinha a duração de 3 horas, eu a fiz em 50 min, e ainda passei em 26°.
Uma semana depois, eu fui à assistência social, pra ver o resultado da tal prova, a surpresa: Meu nome não estava na lista de classificados, mas como?
Fui conversar com a responsável pelas inscrições e essas foram as palavras daquela mulher: " Meu bem, você passou, mas foi desclassificado pela sua renda, ela ultrapassa o limite em 200 reais"
Eu fiquei perplexo, mesmo com uma ótima colocação, levando em conta o total de bolsas oferecidas, eu perdi a minha vaga por ganhar 200 reais a mais? Eu corri atrás dos meus direitos, aleguei que, se me deixaram fazer a inscrição para o tal concurso, eu já estava pré-selecionado (por que eu tive que apresentar minha renda no ato de inscrição). Ninguém me entendeu, e ainda insinuaram que eu estava mentindo, e que eu devia ter mentido sobre a renda.

Ô Brasilzão esse nosso! Tudo funciona à base da mentira! Mas, mesmo com toda essa confusão, eu consegui tirar algumas conclusões:
- Não seja honesto, pelo menos no Brasil. Ou melhor, em Leme.
- É crime ter um pouco a mais, ser honesto e relativamente inteligente
- Nasça miserável e burro (ou finja ser). Você conseguirá tudo o que quer.
- Nunca corra atrás de seus direitos. No final, insinuarão que você é um mentiroso.

Desfecho: Eu não vou fazer meu curso de inglês por que tenho que pagar o cursinho, mas uma coisa é certa, eu vou dar o meu máximo nessas aulas. Não vejo a hora de passar na faculdade e dar o fora de Leme.

 

Freud explica?

By Diego Paulino
Os pensamentos vêm, mas as palavras não saem.
 

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Onde estão os caras que diziam que a guerra ia acabar?
Onde estão os caras que diziam que a maré ia virar?
Eles garantiram que Freud explicava tudo...
Onde estão os sobreviventes daquele mundo?
Onde estão os caras que usavam palavras precisas
pra nos livrar da tirania do mal?
Aonde estão os filhos da revolução sexual?
¿donde están los herderos de la falacia liberal?
Onde estão as provas, onde estão os fatos?
As boas novas eram só boatos?
Onde estão os caras que lutavam e cantavam?
Por um mundo ideal se peguntavam:
Onde estamos nós?

( Segunda- Feira Blues II - Engenheiros do Hawaii)
 

18

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É, tá aí , 18 anos, os tão esperados dezoito anos!

Mas o que tem de diferente dos 17, dos 16, quiça, dos 15? Nada. Ou melhor,até tem, agora eu posso beber (legalmente) entrar em bingos( se eles ainda existissem) alugar filmes pornôs ( como se nunca tivesse os obtidos de outras formas) tirar carteira de motorista ( aêêê!) e ser preso ( se necessário).
Mas é só isso, depois daquela grande expectativa dos 18 anos, não há nada de muito interessante, talvez o subconsciente das pessoas crie uma ilusão de que vá acontecer algo extraordinário no momento em que você completar os benditos 18 anos, que você entenderá o motivo da sua existência e que as responsabilidades de ser um adulto (óóó) te atingirão como um raio. Nada disso acontece, na verdade, considero que me tornei um 'adulto' ( repare nas aspas) um pouco depois de completar os 17, ou talvez no decorrer de 2008, não sei, mas foi nessa época que amadureci, cresci, acho que a pressão de estudar-estudar-trablhar( respectivamente) tenha me forçado a crescer, e eu não me arrependo, é bom, e você começa a olhar tudo duma maneira diferente, você começa a reparar na maneira que as pessoas ( da mesma idade, mais novos ou até mesmo mais velhos) são demasiadas infantis, sem objetivos, sem foco; não estou dizendo que me tornei arrogante, só que agora vejo as coisas duma maneira mais madura, e essa transformação de visão, não tem nada a ver com a noite mágica em que você completa 18 anos. Cada um tem seu tempo pra amadurecer, não é somente uma questão sua,mas também das pessoas que te rodeiam, mais ainda dos seus amigos, que são as pessoas que você convive a maior parte do tempo.Amigos maduros, você maduro.
Enfim, cada um tem seu tempo, é fato que existem adultos de 15 e crianças de 40, não se apresse, não queira crescer rápido ou demoradamente demais, espere, a maturitade tá aí, esperando, como uma panela d'agua que começa a entrar em ebulição.
 

O Surto de Olavo

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Sem nada mais para fazer, a não ser pensar que eu era um completo inútil, me olhei no espelho:
o que vi estava muito além da imagem que tinha projetado em minha mente: lá estava eu, com olhos vermelhos, de tanto chorar e de tantas drogas - no sentido literal da palavra, ingeridas, inaladas e vividas, lá estava eu, com um sorriso um tanto insano nos lábios, típico, lá estava eu, gargalhando em meio a lágrimas desenfreadas, olhando para o meu reflexo borrado, lá estava eu, com um revólver em minha têmpora.
Clic
Pronto, já estava engatilhado, agora é só questão de tempo para eu pressionar a alavanca, por vontade própria, ou por um vacilo, não importava mais, meu objetivo era pôr um fim a isso tudo, talvez fosse covarde da minha parte acabar com tudo isso assim, ou mesmo corajoso, dependeria do ponto de vista e do observador, dependeria da sociedade
- Maldita Sociedade! - eu gritei em frente ao espelho, não ajudou muito, a imagem que tive foi de uma pessoa num estado mais lamentável do que aparentava ser, enfim, não havia uma razão pra essa revolta repentina, haviam muitas razões, mas nem eu, e nem mesmo Freud poderia dizer qual era o elo mais forte dessa corrente de insanidade, era uma confusão de sentimentos em minha cabeça, um turbilhão de emoções que confundiria até mesmo a mais centrada das pessoas.Não existia razão para continuar, voltar atrás não era uma opção, deveria terminar com aquilo, com aquela orgia de desgraças que eu chamava de vida,
- Vida!- eu cuspi o nome como se fosse um xingamento, é agora ou nunca.
Pressionei mais o cano gelado do revólver em minha cabeça, um tiro certeiro era do que precisava... Um, dois... Três, é agora...
CLIC.



- Então, depois desse relato, como você está conversando conosco hoje?- o cara do lado oposto do circulo de pessoas me perguntou.
- Bem, eu não era suficientemente bom no manejo de armas de fogo, a arma estava descarregada.
- Hum - o homem retomou a falar- pessoal, esse foi o relato de um quase-suicida, quem vai ser o próximo a contar suas experiências, a se abrir conosco?Lembrem-se: estamos aqui para ajudarmos a nós mesmo ouvindo a historia do próximo... Sim, Paulo?
Pelo canto do olho vi que havia um homem com um braço levantado, querendo fazer uma pergunta.
- Só queria saber- ele disse- e o bilhete suicida, todos deixam um, não?
- Há Há Há - eu ri- caro, Paulo , certo? A versão de Hollywood sobre suicídios não é tão verdadeira...


Desde o dia que tentei tirar a única coisa que poderia dizer que é minha- a vida. Eu comecei a freqüentar um centro de recuperação, pra conversar com pessoas, e, por incrível que pareça, isso fazia bem. Desabafar era ótimo. Mesmo.

E o que quase me fez interromper minha existência precocemente, agora era a mocinha da história, ou o mocinho, tanto faz; aquele que dá o beijo no final da história pra donzela acordar.Os papéis haviam se invertidos: a bruxa, chamada sociedade, virou princesa.