Desate o nó
num desatino; um desafio.

SIlêncio.

Category: By Diego Paulino

Numa coincidência, num momento alheio do tempo eles pararam de discutir, calaram-se. Entraram numa conversa muda : Nem de palavras, nem de gestos, somente de olhares. Cada qual encarando a face do outro, no lado oposto da mesinha pequena de jantar.

Silêncio.

Lágrimas escorriam dos olhos dela, tão bonita, tão frágil; tão triste.

O elo da relação havia se partido, não existia mais razão para continuar.

Ele levantou-se, ela não desviou os olhos dos seus, como se suplicasse que continuasse sentado.

- Helena – Ele disse.
- Sim?!
- Acabou
- Eu sei, eu sinto.
- Adeus.

Helena decidiu não responder.Adeus era uma palavra muito forte, não queria senti-la em seus lábios. Não queria sentir mais som algum em sua boca por longas horas. Queria o silêncio, a paz.

O mórbido silêncio somente foi rompido com o ' click' da maçaneta da porta; Arthur estava há apenas alguns passos para sair de sua vida... Para nunca mais voltar

- Arthur! - Ele virou-se para encará-la – ao sair, por favor, tranque a porta pelo lado de fora e jogue a chave. Deixe-me sozinha com a solidão.

E o Silêncio voltou a reinar no ambiente.

 

4 comments so far.

  1. a.fê 28 de novembro de 2008 às 22:48
    Adeus sempre é muito forte. Pior ainda quando não se pode evitar, e ainda pior quando não se quer evitar.
    Bonito texto, diferente dos que você escreve, mas tão bonito quanto.
  2. Marcelo 29 de novembro de 2008 às 02:42
    Cara, concordo com ele. É difícil mesmo...e ter que passar pelo momento ANTES disso (se preparar) é até pior. Você fica pensando: "Não vejo a hora que passe isso"
    Mas também pensa: "Por favor, demore pra chegar."

    É um turbilhão (com o perdão do trocadlho referente ao texto abaixa) que rola na sua cabeça.

    Mas muito legal o texto, Diego. Nota 10
    Abraços!
  3. Aline Carvalho 29 de novembro de 2008 às 15:54
    Este comentário foi removido pelo autor.
  4. Aline Carvalho 29 de novembro de 2008 às 16:01
    Aaah, que lindo!
    A essência do texto é tão triste, e em algumas horas até lembra as frases inteligentes do HG ^^
    Real o suficiente que chega a ser triste, e surpreendente, diferente dos seus textos habituais. Adorei o jeito como vc descreveu a cena, os olhares, os movimentos, tudo.
    Há, amei seu texto triste Diego! =D

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